segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Frieza

Em um sonho que não parece lhe pertencer
Ele se afastava solenemente
Eu desejava encontrá-lo
Para sentir o seu poder efervescente
 
Eles não haviam sido gentis
Eu o abraçava e ele retribua sofrido
Eles o haviam feito menos humano
Arrancando tudo que podiam
 
Com sua frieza
Eu o vejo partir
Eles não haviam sido gentis e o fizeram menos humano
Eu o vejo partir sem se despedir
Não consigo superar a sua frieza
 
Ele costumava beber do próprio veneno
E agia como se aquilo não o machucasse
Ele só queria dormir até o fim da tarde
E despertar longe dali
 
Ele pousou os lábios em meu pescoço
Sinto um arrepio só em pensar
Gentilmente me carregava
Pois sabia que eu não era forte o suficiente
 
Você podia aparecer em sua Sidecar
O vento acaricia meu rosto
Você poderia aparecer ao anoitecer
Quando ninguém poderia nos reconhecer
 
A dor permanece a mesma
Eu só quero me desvencilhar dessa maldição
Ponderando classe e elegância
Ele me desperta no meio da noite surssurrando meu nome
 
Quem sabe no amanhecer eu tenha superado essa perda
Quem sabe no amanhecer eu tenha esquecido a sua existência

sábado, 26 de dezembro de 2015

Êxtase

Mate minha sede com a sua língua
Há algo em você que me hipnotiza
Bebendo da sua essência
Eu me encontro em êxtase
 
Acredite em mim quando digo que nunca me senti assim antes
Algo de bom iria acontecer
Eu já sabia
 
Não se afaste de mim
Preciso de você, querido
Não se afaste de mim
Tenho tanto a lhe dizer, querido
 
Me bata mais forte
Então alivie a dor com seus lábios
Não me abandone antes de eu estar preparada
Não se atreva a dizer que foi tudo minha culpa
Você sabe muito bem que temo morrer com dor
 
Eu só quero que saiba que sempre vou te amar
Eu só quero que saiba que sempre estarei ao seu lado
Você fez o seu próprio destino
E eu o admiro por isso
Você não deixou eles te destruirem
E isso é tão inspirador, querido
Não se afaste
 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Veneno

Todas as noites eu sonho com o momento em que voltará para mim
Atravessando a escuridão da cidade, sinto a dor a me dilacerar por dentro
Eu fui ingênua, saborei do seu veneno, tomo decisões erradas por que simplesmente não me importo
Você me deixou assim, machucada e desamparada
E eu não tenho ninguém além de mim mesma
 
 

Enfermidade

Ele me teve por inteira
Em noites que desapareciam sob a névoa
Eu havia escolhido ficar
Por que não havia outro lugar pertencente a mim
 
Sinto tanto a sua falta
O sol queima na pele, me vejo a despir-me
Eu quero que você me machuque de novo
Um pouco mais de dor irá curar-me de toda essa enfermidade
 
 

Instante

Beije-me brevemente, meu amor
Mesmo que seja só por um instante
Eu só quero despertar outra vez
Antes de morrer novamente
 
Eu coloquei meu vestido favorito
Atravessei a floresta escura de pés descalços
Disse a mim mesma que tudo acabaria nesta noite
Havia percebido que tudo havia sido uma mentira
 
Oh querido, consigo sentir nesse ar contaminado, em meus ossos enfraquecidos
Estou a desacreditar que não pertence mais a mim
 
Mesmo que seja só por um instante
Eu o quero sentir
 
Estou aqui de joelhos, implorando para que me aceite de volta
Melhor tomar cuidado, querido, para não se encontrar comigo
Sei que se vê-lo com outra não serei capaz de me controlar
 
Você permanecerá para sempre dentro de mim
Como o amor que nunca devia ter existido
Acho que tudo bem
Melhor morrer de amores do que passar por essa vida sem nunca ter sentido o seu toque
 
 

domingo, 20 de dezembro de 2015

Jardim Europa

Era fevereiro e fazia muito frio
Foi doloroso mais uma vez
A neve era tão linda
Tão linda
 
Aos poucos fui despertando
Era estranho e solitário
E revelador
Muito revelador
 
E mesmo que meu ódio continue intacto
Não irei permitir que o mesmo destrua a minha alma
A jornada é longa
 
Se eu voltar
Promete que aparecerá?
 
Peguei o ônibus para o Jardim Europa
Era um dia ensolarado e agradável
E encontrei ali tudo que desejava
 
Se eu voltar
Promete que aparecerá?
 
 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Lembranças

Eu o conheço
Dançei uma vez sobre seus pés
Eu o conheço
Minhas lembranças de um passado não muito distante me trouxeram até aqui
E eu sei que você, como eu, precisa de alguém que o conforte na tempestade
Eu esperei por tanto tempo
E a noite se desmancha solene
Como um sonho feito só para mim
 
 

Musa de Merisi

Se afaste, querida, se afaste
Sem ninguém notar
 
Seus pés estão sujos e o sorvete derrete na boca e o sol queima na pele
Aqueles que outrora lhe machucaram agora são obrigados a se contentarem com o que a maré lhes trouxe
 
Se afaste, querida, se afaste
Sem ninguém notar
Não há sensação igual
Então apenas se afaste
 
Seus pés estão sujos e ela põe uma rosa no cabelo, os ombros nus, uma musa de Merisi
Aqueles que a machucaram agora se calam ordinários e envergonhados
 
 
Se afaste, querida, se afaste
Faça eles se arrependerem
Não há ninguém como você
Então apenas se afaste
 
 

Jardim florido

Eu sei que ainda sou um diamante a ser lapidado
E quando eu estiver pronta quero que me prometa ser fiel para sempre
Desviei-me do rumo
Desisti, por que me parecia saudável
Estava cansada e machucada
Dói tanto dentro de mim
 
 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Transformação

Me sinto mais próxima da onde devo estar
Gentilmente, me desvencilho
Chegou a hora de se despedir
 
E o paraíso mesmo distante surssurra em meu ouvido: "Não seja tímida"
 
Eu estou me transformando desde então
E eu quero sentir o seu gosto
Eu estou me transformando deste então
Ainda fico triste ao lembrar
 
Mas você possui uma calma incomum
Capaz de traduzir cada emoção desconcertante
 
A noite é quente
E nossos corpos se entrelaçam
E o nosso desejo é ardente
E inevitável
 
Aumente o volume do rádio, eu gosto dessa música
Sinto vontade de me despir para você, querido
Nosso jardim florido é desprovido de espinhos
Ninguém pode nos machucar
 
Eu o vejo em meus sonhos
Desperto a sorrir
Ás vezes choro por que não está comigo
Mas não vou desistir
 
 

Champgne e diamantes

É tão delicioso acordar ao seu lado
O seu abraço é tudo que eu quero sentir
Tropeçei por tanto tempo devido a dor
Agora encontro-me vivenciando um sonho
Feito de champgne e diamantes
 
Eu consigo sentir meu querido, vejo claramente agora
Que a vida é uma ótima oportunidade para brilhar
Eu só quero ser livre
Outrora havia sido pisoteada por esses vultos maliciosos
Mas você já sabe disso não é? Já lhe contei
 
Venha meu querido, me leve para LA
Podemos ver as palmeiras desaparecendo enquanto nos beijamos brevemente
A música que toca no rádio é suave, nos conforta
A imundície do meu passado nada significa
Agora que você está aqui
 
 

Venha até mim

Preciso tanto de você
Então não se demore querido, venha me buscar
Tudo que eu faço é esperar
Que alguém me afaste desse barulho
Pertenceríamos um ao outro
Me cobrindo de diamantes, nua na praia, a água cintilante
Preciso tanto de você
Ninguém nunca será capaz de destruir esse sonho
 
Por favor, venha até mim
Meu desespero, minha luxúria
Eu sei que só as princesas o tiveram
No entanto, quero ser transformada em uma
 
Eu não suporto a ideia de te perder
Portanto apresse os passos querido, e venha até mim
 
 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Desorientada e machucada

Eu tenho esperado anciosamente por você
Ás vezes me ocorre que nunca irá aparecer
Isso para mim seria o pior pesadelo
Eu daria qualquer coisa para me encontrar em seus braços
 
Eu para sempre irei esperar por você
Acho que pelo visto nunca irá aparecer
Você me fez acreditar que pertenceria a mim
Me deixou sob a chuva, desorientada e machucada
 
Só você pode me arrancar desse precipício
Só você pode me mostrar o que é a real felicidade
Mostre para mim
Como é ser amada
 
 

sábado, 12 de dezembro de 2015

Banho de Sol

Sinto um ódio ardente a me rasgar por dentro
Amar a mim mesma têm sido difícil
Você sabe bem
Eu não quero ficar mais aqui
Nesse pesadelo
Eu quero sobreviver
Sem ninguém notar
 
Tudo que eu quero é tomar um banho de sol, deixar aquela luz cintilante iluminar a minha pele de marfim e deslizar
Tudo que eu quero é tomar um banho de sol, desistir e deslizar
Eu não suporto mais um minuto de dor dentro de armadilha que me foi imposta
Tudo que eu quero é tomar um banho de sol, desistir e deslizar
 
Olhe para si mesma
Não entende o que está acontecendo?
Você pode me julgar o quanto quiser
Isso não te faz ser uma pessoa amada
Agora eu estou cansada
E só quero ser livre
Desse pesadelo
Certa de que irei sobreviver
 
 

domingo, 6 de dezembro de 2015

Ternura

Eu sei que você, diferente dos outros, parece um sonho
Eu sei que você, diferente dos outros, pode me fazer não desejar estar em outro lugar
Eu sei que pertenço ao império cintilante
Só você pode me tirar desse mar de espinhos
Minha vida não seria mais um abismo de dor e tortura
E sim um conto de fadas
 
Só você, diferente dos outros, pode me despertar com um beijo
Transformando tudo em um conto de fadas
 
Eu sei que você, como eu, têm trilhado essa estrada sozinho
Eu sei que você, como eu, têm enxugado suas lágrimas á espera de alguém que o entenda
E eu sei que pertencemos um ao outro por que precisamos ficar juntos para nos completarmos
Então acho que tudo bem não se sentir inteira
Contando que você me segure quando eu escorregar
Cuidando de mim com ternura
 
 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Calafrios

Há tanto a ser dito
Eu prefiro pernanecer em silêncio
Enquanto vejo os palmeiras desaparecendo
 
Todos querem vir para LA em busca de conforto
O som do mar pairando como uma névoa
Quando a água começou a ficar tão fria?
 
Eu amo mais a mim do que você
No entanto, ainda sinto calafrios ao ouví-lo sussurrar em meu ouvido
Eu amo mais a mim do que você
Mesmo assim, jamais esquecerei o fim de semana em Palm Springs
 
Eu não sei até onde essa estrada irá nos levar
Eu não mudaria nada em você exceto, talvez, sua indiferença
Faziamos amor sob o sol escaldante
Então de noite esfriava
E a água do mar é tão gélida
Então ficávamos sob a areia úmida
 
Eu amo mais a mim do que você
Mas não vou desistir de encontrá-lo em meus sonhos
Eu amo mais a mim do que você
Entornando outra de garrafa espumante, nua e aberta, eu sou sua nesta noite, querido
 
 

domingo, 22 de novembro de 2015

Rádio Unisinos FM entrevista Raquel Rodrigues

 
Minha entrevista para a Rádio Unisinos FM na 61° Feira do Livro de Porto Alegre.

Desdém

Querido, têm noção do que fez comigo?
Ás vezes parece tão cheio de désdem para mim
Não consegue ver que estou perdendo todas as minhas forças?
Só você pode me carregar quando eu estiver desmoronando
 
Eu sou apenas uma perdição que se recusa a acreditar que errou
Não se atreva a sorrir ao me ver tropeçar
 
Teve vezes em que fui tão desorientada
Em que precisava apenas fechar os olhos e ser guiada
Outras vezes havia a absoluta falta de sentir qualquer tipo de prazer
E lá estava você, pronto pra ascender o fogo que existia dentro de mim
 
Eu só quero sentir o seu toque novamente
Por favor, diga-me que não é verdade
 
 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Eles te alienaram, congelaram seu cérebro
A fizeram acreditar que sonhos nada eram do que devaneios
Mas o seu desejo gritou mais alto
E será a sua persistência e insistência que a leverá aonde quer chegar
 
 

Vamos combinar o seguinte: você para de falar comigo e eu ignoro a sua existência por que pra mim você nada significa
Minha auto confiança foi abalada e eu sentia nojo de mim mesma
Mas havia uma voz dentro de mim dizendo que iria vencer no final
 
 

Rejeitados

Rejeiados são mais livres do que você, meu bem
Se quer mesmo escapar venha comigo
Por que rejeitados não andam cabisbaixos
 
 

Solitários e abandonados

Então você pensa que pode calar um artista?
Não imagina no que se meteu
Há uma guerra constante acontecendo dentro de mim
E eu preciso me expressar
 
Você escolheu suas drogas e decide que irá abdicá-las
Eu certamente não estou protegida do espancamento
O dano já está feito
Solitários e abandonados tornan-se mais fortes e indestrutíveis
 
 

Desperta

E na morte
Ela se encontrou livre de toda a dor
Arrastando-se pelo chão imundo, limpando com o sangue
Agonizante, ninguém podia ouvir os seus gritos
E ela vibrava e pisava de pés descalços sobre o cadáver
E ouviu os aplausos enquanto as cortinas se fecharam
Cobrindo o rosto para não ver o que se aproximava
Rompendo laços e arrancando verdades aleatórias. Puro ódio.
 
 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Noites frias de verão

Antes eu de sucumbir ao desejo eu teria preferido sonhar outra vez
Desperta de todas essas assombrações
Querido, conseguiu ouvir romper?
Diga-me: como foi sentir para dentro de mim?
 
Os dias desfaleceram e emolduraram-se em dor
Fecho os olhos á espera de outro beijo
Talvez até lá eu encontre minha sanidade
Selando prosperidade
 
Diga-me: o que o amendronta nessas noites frias de verão?
As ruas estão solitárias por alguma razão
E nós temos um ao outro
 
 
A areia me machuca e amortece
O vinho me estremeceu
Foi como dezenas de punhaladas, não consigo imaginar dor pior
E assim terminou a noite
Até adormecer
Em sofrimento, distante e impuro
 
 

Triste menina

Triste menina
Se escondendo entre arbustos sombrios para não ser vista
Não entendo o que estava acontecendo em sua volta
Então por que fugir?
Você não parece perceber
Que o seu jardim era florido
Você só escolheu pisar sobre os cacos de vidro por que pensou que não fosse doer tanto
 
Não acredito que tudo isso aconteceu
Por favor, diga-me que não é verdade
 
É desse jeito que gostaria de ter passado a sua vida? Se arrastando em tristeza e solidão?
Deveria ter sido mais forte, deveria ter decidido que iria brilhar
Me sinto desmoronar ao pensar por que é como se estivesse atuando o tempo inteiro
De qualquer maneira isso acabou
Toda a minha dor morre aqui
 
 

A fugitiva

Todas as noites eu fecho os meus olhos sonhando com o momento em que você me tiraria daqui
Estou tão sozinha
Preciso tanto de um carinho, querido
Fantasio com bailes estravagantes
Embebedando-se de espumante
Tropeço em seu colo e me vejo perdida em seus lábios
Pergunto seu nome, você se recusa a responder
E no fim isso nem têm mais importância
Eu só quero fugir de toda a dor
Me vejo alienada, mas logo você surge e me põe na direção correta
Eu só quero fugir daquilo que me machuca
 
Quando tocam as dez badaladas eu procuro me reiventar
E não importa quantas vezes eu faça isso, a história se repete
Eu me afastei daquilo que me apodrece, mas eles continuam a me perseguir como se fosse um ritual
 
 

Denis

Descubro-me a chorar, pensando em você, em por quê você não vem
Escondida sob as cobertas, escutando discos de Gainsbourg, fingindo que está junto de mim
Em uma tarde quente de verão, senti vontade de me despir, senti que alguém me espionava
Ouvi algumas gargalhadas, vi o flash, escondi o rosto envergonhada:
"Qual será o seu nome?"
 
Então chega o inverno
E tudo que eu faço é esperar
Escrevi cartas de amor pensando em você
Diga-me: quando irá aparecer?
Eu prefiro estar morta do que passar a vida inteira sem sentir o seu toque
Apaixonar-me foi a melhor coisa que já me aconteceu
Metade do meu coração é seu
Como posso continuar sem você para me carregar?
Querido, estou desmoronando