domingo, 31 de maio de 2015

Em chamas (the orgy song)

Então ele levantou-se de uma orgia

E rezou

Em seu delírio, despiu-se.

Fervorosos, entregaram-se.

A noite estava quente, úmida.

A pele era refrescante, límpida.

Uma pele de marfim

Então que me queimem viva, disse ela.

E deixem as chamas absorverem o meu corpo.


 
 




Anjo da guarda

Você parece um anjo da guarda
Por que emana luz e poder por onde passa
Eu sinto em você essa energia celestial
E me vejo imediatamente hipnotizada

Lá em cima
Ele irradiava
Lá em cima
Seu nome brilhava

Você deve ser um anjo da guarda
Por que me faz afastar de toda essa escuridão
E isso me assusta a ponto de me emocionar
Eu mal consigo conter as lágrimas ao pensar


Você chega aos 15, aos 16
E deseja morrer
Agora nem tanto
Você chora por dentro
E simula um sorriso
Pois sabe que não vai durar muito...



Eu sabia que estava em perigo
Ainda sim pude sentir a esperança pulsando em minhas veias
Seu perfume sumindo com a chegada do anoitecer
A faca deslizando sobre o meu pulso


Eu tenho vagado por essas ruas mal iluminadas saboreando o frescor da morte que insiste em demorar a chegar.




Desencanto

Essa não é uma cidade que recebe bem os fugitivos.

Sozinha em minha insegurança
E deslizar deslumbrante em meu desencanto
Eu tenho essa vontade desaparecer



Bijou, aberta

Cambaleando pelas ruas parisienses
Ela pertence ao mistério da noite
Atirou a garrafa de vinho contra a parede
Ouviu o estalar ao longe

Ando tão estressada
E sua essência parece ser a única salvação
Não tenho medo,
Eu não me detenho
Como uma legitima masoquista
Ela se curvava

Ela o sentia em sua garganta
E queimava
Eu o levaria a perdição
E não sentiria nada
 


sábado, 30 de maio de 2015

Mais uma dose

Eu sei que tenho amargura e frieza 
O que me resta? 
Eu só quero mais uma dose
Meu corpo esta ardendo e você continua a me ferir 
Eu estou tão feliz que poderia morrer


Em alta velocidade

Então ela caminhou 
Fugindo da multidão 
Ela esta queimando por dentro
Lá longe, ela desliza suavemente 
Ultrapassando os carros em alta velocidade


Insaciável

Vagando por essas ruas mal iluminadas, sozinha em sua consciência atormentada.
Ela não esta satisfeita



Fugitiva

Ando navegando em um mar de incertezas e inseguranças

Você poderia ficar aqui e me ver partir

Ouço palavras sendo sussurradas em meus ouvidos

Estou farta de tudo isso



Não me rejeite

Eu só quero fugir de tudo que me apodrece

Embebedar-me de sonhos

Saboreando todos os delírios



Estou cansada de escutar essas gargalhadas

Que me despertam no meio da noite

Eu estou cansada de me sentir machucada

Eu estive me embriagando por essas ruas mal iluminadas

Estive rindo sozinha

Querido, quero ir embora.



Eu sou uma sonhadora

Afundada na própria perdição

Me deixe em paz com meus pecados

Eu quero ficar no escuro



Eu sinto que não posso ser interrompida

Deixe-me sentir a pureza da estrada

Em alta velocidade

Eu vou fugir e sonhar

Para sempre


 
 



Suave

Eu não queria que acabasse assim
Não tenho nada a dizer
A morte é suave
Como uma pétala de rosa em sua mão

Cansada de provar da mesma dor novamente
Eu estou cansada de experimentar da mesma dor de novo e de novo

E todas as suas forças desapareceram em um estalar de dedos
E não há nada que você possa fazer...


Debilitada

Eu mergulhei no verdadeiro pesadelo
O atravessei de mãos atadas
Não sabia que sairia de lá tão debilitada

Eu me vi obrigada a viver em um mundo sem escrúpulos
Eu sentia minha inocência sendo sugada aos poucos
E agora eu percebo o quanto sofri nas mãos deles


Tristes lembranças

Apesar de toda a dor
Que eles lhe causaram
Eu ainda me vejo flutuando
Mergulhando no precipício
Todos olhariam para mim

Apesar de todo o horror
Que lhe persegue
Eu ainda me vejo indo embora
Deixando pra trás nada além de tristes lembranças


sexta-feira, 29 de maio de 2015

Querido Diário



A vida é uma droga

Mas de alguma forma você sobrevive
Mesmo que isso custe a sua paciência ou a sua inocência.

Desconheço muitos prazeres

Mesmo que eu já tenha provado alguns
Sei um pouco da ambição
Mas ela parece não funcionar para mim
Sei muito do desapontamento

Da decepção, do ódio, da dor, do tédio.
E gostaria de hoje conhecer a morte
E recebê-la de braços abertos.


Abandonada

Há um coração dilacerado no meio da estrada 
Eles nem notaram a sua ausência 
E tem sido o berço de inúmeros rancores 
E como ela tenta se livrar deles

Os vultos sobrevoavam como águias 
A abandonaram no inverno congelante 
Lá se foi uma alma atormentada 
Presa em seu trágico destino


EM CHAMAS


Doce tédio

Assista-me

Obedecendo a um estranho desejo

Não hesite

Em correr tentando me alcançar



Assista-me

Percorrendo por essas ruas bizarras

Não me interrompa

Quando eu estiver falando com meus amigos imaginários



Há ainda algo que não sei?

Eu prefiro passar a noite escutando o suave jazz que toca no meu rádio

Diga a eles que estou bem

Que o mundo é muito pequeno se comparado a minha vontade de fazer um estrago



Há ainda algo que não sei?

Eu prefiro ser hipnotizada pelo suave jazz que toca no meu rádio

Quando eles lhe censurarem com os olhos

Não venha até mim pensando que serei uma espécie de salvação



Doce tédio

Como sobreviver sem você?


 
 


Gentileza


 
 

Eles dizem que isso vai passar

Que daqui a dez anos estarei rindo

Então por que tenho a sensação de que durará para sempre?



Talvez algum dia, em meus devaneios, eu consiga sentir menos

Mas até onde eu me lembro

Eu adoeci

Acorrentada

Pela própria enfermidade



Eles falam sobre os sonhos

E todos parecem tão intocáveis

Então eu adormeço

E pareço perder toda a diversão



Talvez algum dia, longe daqui, me vejo despertar com muito a dizer

Mas até onde eu me lembro

Eu adoeci



Tudo que eu sempre quis foi a gentileza

Mas ela parece se esconder por essas ruas bizarras

As gargalhadas

Eu tento alcança-lá

E ela foge

Como uma criança mimada
 
 

Despertar

Correndo atrás do trem

Se afastando da escuridão

Indo para um lugar onde jamais serei vista

De repente, vejo a estrada sorrir para mim.



Estou à procura de algo, não sei o que é

Me sinto queimando por dentro, me sinto viva

Não posso olhar pra trás por que é muito doloroso



Eu nunca tive a intenção de me enganar

Agora eu sei que tudo foi uma perda de tempo

Estive adormecida e só agora me sinto despertar



Todos dão gargalhadas no escuro

Consegue ouvir meus gritos agora?

Todos estão rindo de mim enlouquecidos

Eles não conseguem me ouvir



Todos estão fervorosamente à procura de algo

Consegue me ouvir?



Eu nem sei mais se pertenço a algum lugar

Eu só preciso fugir daqui.



 
 

 


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Meu canal no youtube:


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Acompanhe vídeos dos meus poemas ❤️ 🎬

Triste sinfonia

Havia uma perdição escondida sob a neve 
Ela entornou a última garrafa de vinho 
E lhe doeu por que sabia que não o sentiria mais 
Em sua garganta

Aos poucos ela foi perdendo os sentidos 
Adormecia sem tempo para despedidas 
E não havia nada além do inverno congelante 
Ela havia sido uma triste sinfonia


Wyatt

Por favor, o insira gentilmente.

Ela não pode aguentar



O cheiro de morte e fúria

Manifestou-se no lugar



Era um alivio poder sentir a brisa, purificada pelos pingos de chuva, acariciando seu rosto.



E agora que nos encontramos livres

Não parece existir nada que possa nos impedir



Eu finalmente despertei

Estou me desvencilhando


 
 



Deuses

Eu me deparei com o ódio ardendo em seus olhos 
Eles falavam sobre os deuses que lá viviam 
Eles ouviram os múrmuros 
Viraram-se contra mim 
A mera menção de meu nome



Lágrimas

Estive trancada em meu próprio pesadelo 
Você é tão lindo ao morrer que eu poderia chorar 
Acordei a me derramar em lágrimas 
Todos os meus amantes já partiram

 



Me avise quando a aula acabar





Eu estou aqui esperando a sineta tocar

Eu estou me arrastando



Como pode existir tanta dor dentro de mim?

Deve haver algo muito errado comigo

Ensine-me como sair daqui

Eu quero me livrar, mas eu não consigo me desvencilhar das correntes.



Minha inocência esta me entediando

E meus pulsos permanecem intactos, acredite.

Por que quando eu penso no tempo que desperdicei tenho vontade de chorar

Eu quero despertar

Me avise quando a aula acabar!



Tudo que restou foi o vestígio da nossa destruição

Eu me dedicava por que me sentia tão culpada



Minhas correntes não me deixam ir

E meu sangue escorre pelas veias

Posso sentir



Eu estou aqui esperando a sineta tocar

Eu quero despertar

Me avise quando a aula acabar!
 
 


Despertada & Fantasia


Pele de Marfim


Há uma escadaria para um salão vazio

Embriagados, eles subiram cautelosamente

E tem sido o esconderijo de muitos amantes

Impulsivos, eles continuaram ardentes



Sua mãe era uma legítima puritana

Difamava as meninas da cidade

Seu pai era um homem ausente

Enterrado entre apostas e bebidas



E a única coisa que lhe sobrava

Era assumir a rebeldia como parte de si mesma

E enquanto ela planejava a sua fuga

Seu pai entornava outra garrafa de uísque



Exasperada, a mãe exclamou para toda a cidade

Para não seguirem os passos de sua filha

Livre, ela seguiu estrada fora

Os raios de sol iluminado sua pele de marfim



O pai adormeceu no sofá

Furiosamente, o trem andava

Ela nunca mais vai voltar para casa

O lugar onde fora ignorada e rejeitada



O quarto ficou vazio

Ninguém nunca mais teve permissão de entrar

E ela seguiu caminho

Ardendo de paixão

De dor

De fúria
 
 
 


Perdido


Agora que está tudo perdido
Me pergunto onde posso encontrar conforto
Sinto a culpa rasgar cada centímetro do meu corpo
Não há espaço para mais dor dentro de mim

Eu não acredito que meus sonhos me abandonariam desse jeito
Tudo desmoronou e não é como seu eu pudesse me equilibrar
Não há espaço para mais dor dentro de mim

Eu sei que posso ter cometido os meus erros
Se, ao menos, eu pudesse voltar no tempo...
Mas tudo que eu sempre quis
Foi fugir daqui.






Inquietante

Me leve até onde você for

Nesse ar gélido da noite

Eu só quero que saiba

Que não vou durar muito



Eu vi o pecado deslizar nu e ofegante

Serpentando em um terreno que não é meu

Pisando em cacos de vidro sem se machucar

Estou atenta a cada movimento seu



Eu sinto como se tivesse sido jogada em um abismo de mentiras deslavadas, de um cinismo que se estende.

Me sinto envergonhada e não me encaixo em nenhum lugar

Nada mais me surpreende



Me abraçe antes de partir

Nesse ar gélido da noite

Eu só quero ouvir a sua voz

Antes de ver a sua silhueta desaparecer pela janela



Eu tenha essa sensação inquietante

E acho que não posso controlar



Eu me sinto inclinada a desaparecer

Ultrapassar esses carros em alta velocidade sem deixar rastros

Para toda essa normalidade sou levemente tímida

Eu sei que se ficar não serei capaz de aguentar



Eu sinto como se tivesse sido jogada em um abismo de mentiras deslavadas, de um cinismo que se estende.

Me sinto envergonhada e não me encaixo em nenhum lugar

Nada mais me surpreende



Me abraçe antes de partir

Nesse ar gélido da noite

Eu só quero ouvir a sua voz

Antes de ver a sua silhueta desaparecer pela janela



Eu tenha essa sensação inquietante

E acho que não posso controlar



Nós não vamos durar muito

Como fogos de artifício que são lançados em um céu sem nuvens

Talvez seja melhor assim

Se eu for embora agora eu quero partir em chamas



Eu tenho essa tristeza repentina

E acho que não posso controlar



Me leve até onde você for

Nesse ar gélido da noite

Eu só quero que saiba

Que não vou durar muito



Eu tenho essa sensação inquietante

Essa tristeza repentina

E acho que não posso controlar
 
 

 

 
 
 



quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pelas ruas de Paris


Meu querido viajante solitário 
Pelas ruas de Paris 
Ele chora sem derramar uma lágrima 
Cai à noite 
E ele se contorce a espera de alguém
Eu o seguiria aonde quer que fosse 
Sem me desculpar







Nua e aberta




Nós viajamos como fantasmas à caça de algo 
Á procura de alguma coisa que sabíamos, não poderíamos encontrar 
Mas isso não importava por que nos sentíamos livres 
A estrada nua e aberta 
O sol escaldante mirando em nossa direção 
E voávamos, voávamos inspirados.
Não peço por um milagre 
Embora um milagre não fosse uma má ideia










terça-feira, 26 de maio de 2015

Fim da noite

Oh meu querido
Não se esconda de mim
Me leve com você até o fim da noite

Em meu passado
Há grandes temores e enfermidades
Eu enxugaria as minhas lágrimas antes de partir

Oh meu querido
Por favor, não me deixe aqui
Estou tão cansada de me sentir perdida na escuridão

Em meu passado
Há grandes temores e enfermidades
Eu enxugaria as lágrimas antes de partir

As paredes, o teto
Em velocidade desenfreada
Desabaram sobre mim
Os corvos cercaram meu cadáver
E logo partiram quando viram que nada ali os interessava

Oh meu querido
Não se esconda de mim
Me leve com você até o fim da noite

Em meu passado
Há grandes temores e enfermidades
Eu enxugaria as lágrimas antes de partir.
 


 
 













segunda-feira, 25 de maio de 2015

Entrevista da poeta Raquel Rodrigues para a Gazeta de Caçapava do Sul:

http://www.farrapo.com.br/noticia/2/10556/Escritora-cacapavana-lanca-seu-primeiro-livro-Em-Chamas



"Divido em três partes (Sonhos, Spleen e O Despertar), “as poesias foram escritas em uma fase difícil de minha vida, na transição dos meus 19 e 20 anos e  trata de vários tipos de sentimentos”





EM CHAMAS está á venda nos sites da editora Multifoco
http://editoramultifoco.com.br/loja/product/em-chamas/

no da livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br/p/em-chamas-42891781

ou no Chalé dos Livros em Caçapava do Sul.

Página da poeta Raquel Rodrigues no facebook:
https://www.facebook.com/pages/Raquel-Rodrigues/478189298996913?ref=aymt_homepage_panel



Atormentada





Todas as noites escaldantes eu penso em me deixar levar pelo volante desenfreado

Irradiando no meio da estrada

Estou sozinha na escuridão



Eu fui abandonada em minha consciência atormentada

Fantasio com amantes que não existem

Você diz como devo agir

Eu tento me desvencilhar

E por mais que eu queira não me consigo despertar



Sinto em meu corpo queimar

Esse desejo

Sinto em meu corpo queimar

Esse desejo de morrer



Eu fui abandonada em minha consciência atormentada

Eu não consigo me importar com mais nada

Sinto em meu corpo queimar

Esse desejo



Todas as noites escaldantes eu me vejo ser despida pelo desconhecido

Escondida sob as cobertas

Estou sozinha em minha insanidade



Eu fui abandonada em meu desamparo

Você me chama por outro nome

Posso ouvir a sua voz ao longe

Mas de alguma forma não consigo alcançá-lo



Eu tenho essa sensação ardente

Esse desejo de morrer



Eu fui machucada, abandonada

Todos eles viram

Eles me assistiram sangrar

E nada fizeram

Isso é tão doloroso



Eu fui machucada, abandonada

Em meu desamparo

Eles tentaram me conter

Mas perceberam no que me tornei e se afastaram
 

 
 
 


sábado, 23 de maio de 2015

Noite adentro


Ah, Paris!
A cidade das ruas mal iluminadas e decadentes
Onde os amantes se contorcem delirantes encenando o que um dia o poeta sonhou
O pecado é desfrutado ferozmente
Noite adentro, ele se consome.

Com 14 centavos no bolso
Faminto e angustiado
Ele escrevia e escrevia e escrevia e escrevia

Não há nada que me traga interesse
Exceto deitar-me e chorar
Esta cidade se perderá em sonhos para sempre
Até o momento em que ninguém mais a deixar
No meio da noite eu me vejo acordada
E nada mais.