quarta-feira, 29 de julho de 2015

Inocência

Numa manhã gelada quando eu estiver sóbria
Eu vou selar o nosso término com um beijo
Numa manhã gelada quando eu estiver sóbria
Eu vou rezar para ser lembrada no esquecimento

                               Numa manhã dessas quando os golpes forem menos dolorosos
                                  Eu vou deixar o ar gélido entrar pela fresta da janela
                                 Numa manhã dessas quando os golpes forem menos dolorosos
                                Eu vou deixar você traduzir cada palavra para mim
                                                                               
                                                                           



 

ARTE

Sinto vontade de devorar e arranhar tudo que encontro pela frente
Apaixonada pelos mais delicados vícios
Eu estou cansada de me arrastar sem forças para continuar
Quando eu decidi sobreviver 
Não contava que ainda teria essas vozes na minha cabeça me torturando 
Tudo que eu queria era fugir para bem longe daqui de preferência ao seu lado 
Mas pelo visto esta ocupado 
Eu estou cansada de me reinventar, de me machucar 
Lhe digo outra vez
Eu não vou desistir dos meus sonhos
Diga-me: o que o inspira a sobreviver?
eu prefiro deixar estar do que desmoronar novamente
não posso acreditar
sinto que uma tempestade se aproxima
não pense que eu permitirei ser derrotada
a única coisa que me salva da realidade é a arte
e por ela eu faço tudo
querida, eu sou sua




sábado, 25 de julho de 2015

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Entorpecida

Eu adormeci
Entorpecida pela dor
Entrelacei-me a morte
Mas ela me rejeitou
 
Fui obrigada a sobreviver
E não é que eu tenha medo
Mas há algo faltando em mim
Eu não sei o que é
 
 

Refúgio

 
Me leve até o fogo irradiando no meio da estrada
 
Me sinto tão solitária
Não consigo muito distinguir o que é meu
 
Estive traçada em meu próprio refugio
Desprovida de todos os desejos e desfrutando
De algumas gotas
Pendendo em minha boca
Sempre aberta, sempre sozinha
Eu não consigo pertencer a lugar nenhum.
 
 

domingo, 19 de julho de 2015

Obsessão

Eu sei que não é saudável para mim ficar te perseguindo

Mas eu não me detenho

Minha obsessão me mantém atada, em transe


Nos encontramos em sonhos

Desperta, sorri ao lembrar

E ao me dar conta de que estava tão longe, senti-me mórbida

Fecho os meus olhos e imagino


Como seria estar na sua pele

Como seria não sentir dor

Nesta vida tão desorientada e insatisfatória

Á espera de alguém que me bata mais forte

Para assim eu despertar


Você não sabe

O vazio que preenche a minha vida

Nem faz ideia

De que estou cuidando cada movimento seu


Nos encontramos em sonhos

Você sempre foi gentil

Com a sua doçura de ser

Tão única e perfeita

E poderíamos voar...


Fecho os olhos e imagino

Como seria estar na sua pele

Como seria não sentir dor

Eu quero vivenciar o melhor


Há essa energia eletrizante que a envolve

Um afeto que a inunda

Um carinho que lhe foi ensinado

E você o agarra com força


Há tanta rejeição e abandono em minha vida

Que ás vezes acho que não vou aguentar

Embora saiba que nasci para continuar


Eu realmente espero que um dia eu a encontre

Para poder ver esse sorriso lindo de perto

 
 
Há certo perigo em seus olhos
Belo fugitivo
Você teve sua alma sugada
Sem poder para se defender
 
 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Sonho e poesia

Há um caminho a ser descoberto nesse jardim florido
Mas você não é capaz de traduzir cada enigma pertencente a mim
E eu tenho paciência
Por que não tenho escolha
 
Nos apaixonariamos e seria o bastante
Para sempre sua
Como quiser
São eles que fazem as regras
 
Sonho e poesia
Me trouxe até aqui
Até você
 
Nós sabemos que eu tenho muito a conhecer
Enquanto você já experimentou de tudo
Mas isso não me incomoda
Por que eu sei que precisamos um do outro
 
E eu continuo procurando-o
Nessas ruas bizarras e desconhecidas
Á espera de seu toque
 
Sonho e poesia
E aqui estou
Viva e límpida
 
Há muito a ser atravessado
Há muito a ser enfrentado
Não importa qual tempestade aparecer
Não deixarei que ela sugue o meu poder
 
 

Tristeza

Surpreendo-me ao saber como é lindo ao chorar
Eu poderia ficar para sempre a observá-lo sem se queixar
Tento decifrar meus sonhos, mas de alguma forma eles escapam de mim
 
Eu escorrego em tristeza
Não consigo me levantar sozinha
Preciso que me bata mais forte
Para assim eu despertar
 
 
 
 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Pecados

Reconheço meus pecados e os vejo revigorantes
Arrancando de mim cada falha
Eu vinha me arrastando sem luz ou poder
Tentando alcançar algo que me salvasse do puro tédio
 
Eu vinha levando uma vida insatisfatória
Chorando até amanhecer
Esperando que alguem trasnsformasse minha vida em sonho e poesia
Ascendendo meus pecados
 


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Na estrada, em chamas

Eu o vi partir

E disse a mim mesma: que bela forma de morrer!

E me fez chorar ao pensar...



Por que você me faz sentir que é melhor estar viva do que morta.
 
 

No meio da noite

 
O que posso dizer?

Estou morrendo

A um passo da morte

Me vejo sorrindo

É perigoso, não tenho medo.



Não há salvação para alguém como eu

Preciso de uma dose

Consigo sentir em meus lábios

O sabor refrescante do fim se aproximando



Me golpeou tão dolorosamente

Sinto adormecer todos os meus sentidos

Merisi, me ressuscite



Eu me viciei em todos os pecados dessa cidade

Estou perdida no meio da noite

Tudo ainda permanece um mistério

Eu só quero sentir todos os venenos

Em meus lábios, eu não tenho medo.
 
 



Fim

Eu gostaria de ter asas para sair daqui

Deixar o Spleen em esquecimento, apenas ardendo.

E queimar-se e apagar-se como fogos de artifício em um céu sem nuvens...
 
 

As paredes iriam desabar
E você fugiria como nunca
E lá fora no escuro da noite
O gosto da liberdade é tão doce
 
 

Os gritos dos santos

Agora sussurramos nossos gritos em confidência
Eles disseram que deveria se esconder?
As mentiras parecem peculiares à primeira vista
Como se o desejo fosse vergonhoso

Eu ouvi os choros dos santos
Eles estavam presos em seus arrependimentos
Como uma mera lembrança
Na pista de dança
Ele se perdeu
 
Para sempre
 

Precipício

Algum dia eles a abençoarão
E então você será livre
Os dias se repelem
E a mudança não acontece

Você se vicia na cafeína
E queima sua língua
Esperando que alguém a arranque deste precipício
Enquanto assiste seu corpo apodrecer aos poucos
 

Gritos

Eu tento fingir que a dor não existe
Mas ela continua a pulsar dentro de mim
Gritando meu nome

Eu tento ignorá-la
E acabo me machucando
O tempo esta passando muito rápido
Eu não acredito que perdi tudo
 
 

Dor

Estou tão cansada de ficar no escuro
Se esconder para não ser machucada
Eu não quero mais acordar no meio da noite
Ouvindo os gritos que tanto me atormentaram

Como eu sonho com a morte
Pelo menos a dor teria um fim
Como eu sonho com a estrada
O sol queimando sobre a minha pele, inspirando-me a abandonar o passado

Eu estou a salvo
Protegida
Ninguém pode me tocar
Então por que sinto que todos me derrubam?
Eu vou apagar todas as lembranças
Já esta feito
Então por que escuto essa voz dentro de mim gritando a plenos pulmões?

Se afundando
Cada vez mais
O que fazer com essa dor dentro de mim?

Docemente


Eu quero me vingar docemente
Quero explorar todos os pecados do mundo
Quero deixar minhas pegadas onde eu estiver
Fazer com que todos se lembrem
E finalmente me livrar de todo o medo
Sem medos

Eu quero me ver livre de todas as aflições
Me ver livre de todas as angústias
Eu quero conhecer a mim mesma
Eu quero ser eu mesma
Não tenho a menor intenção de ser alguém além de mim mesma
Eu quero ir além
Se vingando
Docemente
Para sempre
 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Me machuque


Eu não consigo me concentrar
Acho que estou enlouquecendo
Esses idiotas me torturam com seus conselhos morais
Eu abraço a mim mesma em um suspiro de carência
Deve haver algum lugar onde não doa tanto

Eu quero que me machuque
Você tem os seus sonhos
Eu tenho a minha dor
Você tem as suas ambições
Eu tenho o meu fracasso

Eu não consigo me livrar deles
Acho que estou perdendo o controle
E embora isso soe legal não anula o fato de eu sentir medo
Longe daqui deve haver um lugar onde não seja tão insuportável
Eu me abraço num suplico a minha dor solene

Eu quero que me machuque
Você tem os seus sonhos
Eu tenho a minha dor
Você tem as suas ambições
Eu tenho o meu fracasso
 
 

Eu não consigo me livrar

Eu não consigo me livrar do mal que me fizeram
E isso me corrói...

Eu não consigo me livrar do mal que me fizeram.

E quando eu sonho com os gritos e os aplausos
 
E uma névoa de decepções desaba sobre mim
E me assusta cada vez mais o fato de nada estar acontecendo
Esses vermes estão arrancando cada pedaço restante de minha alma
Eu não consigo
Eu não...

E quando eu não quero ninguém perto de mim
Percebo que há uma figura rastejando em minha direção
Está pronta pra me sufocar
Eu estou tentando me desvencilhar
Eu não consigo evitar o meu desejo de sobreviver
Apesar de não conseguir me livrar do mal que me fizeram
 

Me arrastando

Não me provoque por estou pegando fogo
E eu não consigo realizar todos os meus desejos
Não consegue ver que estou sofrendo?
Você não esta convencido disso
É tão irritante

Eu prevejo que há perigo
Em ficar aqui esperando
Minha alma esta dilacerada
E meu coração sangra
Já faz um tempo
 

Eu estou me arrastando...
 

Esperando a morte voltar

Ele não teve tempo de resistir
Suas lágrimas desaparecem
Com o mesmo jazz de sempre
Eu, com os olhos a lacrimejar
O copo vazio
Esperando a morte voltar
 
 

Desesperadamente

É apenas isso
Desesperado fim
É esse o final
O final da minha história
Com nada a perder ou a ganhar, minha história.
Com nada a conseguir ou a desejar, minha história.
Eu nunca mais vou querer olhar nos seus olhos novamente

Qual seria a figura que desenharia para mim?
Tão solitária e louca
Desesperadamente e eu, eu mesma me destruindo.
E, você sabe, o fazendo assistir isso.
 

De encontro com a morte - Parte II

Na estrada
Coberta pela neve
Ele não deixou rastros de sua mera existência

O procuraram incansavelmente
Ele se escondia para não ser encontrado

De encontro com a morte
 
Para não ser mais machucado
 

Delírio

Eu me lembro de que fazia frio
E os corredores ficavam menores
Eu ainda escuto na escuridão
Os grunhidos de dor

Nada nos separa
Nada pode nos salvar
 
 

De encontro com a morte

Todas as noites eu caminho sozinha

As mãos enterradas nos bolsos

A espera de alguém que, em sua gentileza, me leve de encontro com a morte.



Eu fui assaltada por sentimentos confusos

Estou farta de pessoas

Ultrapassando essas ruas embaçadas

Sinto que minhas forças estão sendo sugadas

Eu estou fugindo de tudo que me apodrece



Eu sinto queimar em minha pele todos os meus pecados

Eu quero me perder na escuridão da noite



Jovem Sedutor

Algo a desperta no meio da noite

Ela não sabe por que esta tão ansiosa

Ela não consegue se desvencilhar daquilo que a magoou



Nunca teve a intenção de se machucar

Mas a dor é tão intensa



Sua alma sangra e isso não importa

E vulnerável, nada podia fazer.

A chuva continua a cair



Jovem sedutor

Embriagado pelos pecados

Invadindo sonhos sem ser convidado

Queimou o cigarro sobre sua pele

Aliviando a dor com seus lábios

Jovem sedutor

Ascenda meus pecados

Encontrando-se nos braços de um desconhecido qualquer

A fim de suprir sua carência insaciável

Ela esta ardendo por dentro



Quando ela entendeu o que estava acontecendo quase desmoronou

O viu embora tão certo de sua decisão

Apesar de tudo, ele ainda esta dentro dela.



Ela pede para ser deixada em paz

Me deixe em paz com meus pecados

Me deixe vagar por essas ruas mal iluminadas

A procura de mais uma dose, mais um veneno.



E eu não tenho nada

A não ser uma lembrança sua

Eu também quero morrer



Veneno - Parte II

Ela não é do tipo que fará muita falta...
Oh yeah

Ela esta mais para o tipo de pessoa que se esconde entre a multidão atormentada
A crueldade e a loucura se fodem como dois amantes sob a luz pálida do luar
 
Mentindo com os olhos ela destrói tudo que vê e envenena tudo que toca
Um pedaço da sua alma lhe foi arrancado
Eu sei que não vou aguentar.
 

Vinho e cigarros

Ficamos acordados a noite inteira
Andando pelas ruas com alguns trocados no bolso
Vivíamos a base de vinho e cigarros

As pessoas que passam por nós pensam que somos loucos
As luzes nos abandonam e assim perdemos o medo
Nós queremos desaparecer
Não queremos ser encontrados

Ela sente falta da gota de uísque queimando em sua garganta
Ela sente falta de algo que não sabe dizer o que é
 

 

Doce pecador

 
 
Queime

Queime todas as evidências

Não deixe rastros do passado baterem á sua porta

Dos antigos tormentos

Embaçados por fragrâncias que pairavam instantaneamente

Apenas mantenha em segredo para todo o sempre



Doce pecador

Das ruas indecentes

Ele espera por você lá

Ele procura um motivo, alguma coisa que o faça flutuar

Quando o encontra goza e espera

Tantos sonhos se misturam



Eu estou cansada de me arrastar

Por essas ruas sem fim

Todas as lembranças são descartáveis

Devem ser esquecidas sobre o copo de vinho



Desapareça com os seus insultos

Deixe a inocência sonhar em paz

A lua brilha dentro da escuridão intacta

Diga a eles para não me esperarem acordada



Apenas mantenha em segredo para todo o sempre



A morte não me rejeitaria com frieza
 
 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Livro de poesias Em Chamas de Raquel Rodrigues no Widbook:
 
 
 


Liberdade

Haverá pecadores em uma esquina desconhecida

Que sobreviverão de pequenos trocados

Essas ruas decadentes não me intimidam

O meu único medo é ficar

Dê tudo a eles

Sem arrependimentos nessa vida
 
 
 
 

Morta

Eu sinto ferver em minha garganta
O gosto de uísque

“A noite esta morta”
É calorosa
E chove
Silenciosamente
Ela se desmancha
 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pecado e Miséria

Os seios jovens estão expostos sob a luz pálida do luar

Onde o sangue da virgindade escorre

Junto à essência que ele consegue sentir arder dentro dele



Pecado e miséria reinam furiosamente nesse império delirante

E toda a inocência que há nessa vida morre nas mãos de homens que já foram santos



"Cala-te! Ouçamos".

O silêncio de um delicioso fim se apodera

O desconhecido está à espreita

E ele não se detém



Levarei o vinho de encontro a tua boca

E meu corpo aquecido pelas noites solitárias

Para assim você me interromper como quiser