sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Calafrios

Há tanto a ser dito
Eu prefiro pernanecer em silêncio
Enquanto vejo os palmeiras desaparecendo
 
Todos querem vir para LA em busca de conforto
O som do mar pairando como uma névoa
Quando a água começou a ficar tão fria?
 
Eu amo mais a mim do que você
No entanto, ainda sinto calafrios ao ouví-lo sussurrar em meu ouvido
Eu amo mais a mim do que você
Mesmo assim, jamais esquecerei o fim de semana em Palm Springs
 
Eu não sei até onde essa estrada irá nos levar
Eu não mudaria nada em você exceto, talvez, sua indiferença
Faziamos amor sob o sol escaldante
Então de noite esfriava
E a água do mar é tão gélida
Então ficávamos sob a areia úmida
 
Eu amo mais a mim do que você
Mas não vou desistir de encontrá-lo em meus sonhos
Eu amo mais a mim do que você
Entornando outra de garrafa espumante, nua e aberta, eu sou sua nesta noite, querido
 
 

domingo, 22 de novembro de 2015

Rádio Unisinos FM entrevista Raquel Rodrigues

 
Minha entrevista para a Rádio Unisinos FM na 61° Feira do Livro de Porto Alegre.

Desdém

Querido, têm noção do que fez comigo?
Ás vezes parece tão cheio de désdem para mim
Não consegue ver que estou perdendo todas as minhas forças?
Só você pode me carregar quando eu estiver desmoronando
 
Eu sou apenas uma perdição que se recusa a acreditar que errou
Não se atreva a sorrir ao me ver tropeçar
 
Teve vezes em que fui tão desorientada
Em que precisava apenas fechar os olhos e ser guiada
Outras vezes havia a absoluta falta de sentir qualquer tipo de prazer
E lá estava você, pronto pra ascender o fogo que existia dentro de mim
 
Eu só quero sentir o seu toque novamente
Por favor, diga-me que não é verdade
 
 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Eles te alienaram, congelaram seu cérebro
A fizeram acreditar que sonhos nada eram do que devaneios
Mas o seu desejo gritou mais alto
E será a sua persistência e insistência que a leverá aonde quer chegar
 
 

Vamos combinar o seguinte: você para de falar comigo e eu ignoro a sua existência por que pra mim você nada significa
Minha auto confiança foi abalada e eu sentia nojo de mim mesma
Mas havia uma voz dentro de mim dizendo que iria vencer no final
 
 

Rejeitados

Rejeiados são mais livres do que você, meu bem
Se quer mesmo escapar venha comigo
Por que rejeitados não andam cabisbaixos
 
 

Solitários e abandonados

Então você pensa que pode calar um artista?
Não imagina no que se meteu
Há uma guerra constante acontecendo dentro de mim
E eu preciso me expressar
 
Você escolheu suas drogas e decide que irá abdicá-las
Eu certamente não estou protegida do espancamento
O dano já está feito
Solitários e abandonados tornan-se mais fortes e indestrutíveis
 
 

Desperta

E na morte
Ela se encontrou livre de toda a dor
Arrastando-se pelo chão imundo, limpando com o sangue
Agonizante, ninguém podia ouvir os seus gritos
E ela vibrava e pisava de pés descalços sobre o cadáver
E ouviu os aplausos enquanto as cortinas se fecharam
Cobrindo o rosto para não ver o que se aproximava
Rompendo laços e arrancando verdades aleatórias. Puro ódio.
 
 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Noites frias de verão

Antes eu de sucumbir ao desejo eu teria preferido sonhar outra vez
Desperta de todas essas assombrações
Querido, conseguiu ouvir romper?
Diga-me: como foi sentir para dentro de mim?
 
Os dias desfaleceram e emolduraram-se em dor
Fecho os olhos á espera de outro beijo
Talvez até lá eu encontre minha sanidade
Selando prosperidade
 
Diga-me: o que o amendronta nessas noites frias de verão?
As ruas estão solitárias por alguma razão
E nós temos um ao outro
 
 
A areia me machuca e amortece
O vinho me estremeceu
Foi como dezenas de punhaladas, não consigo imaginar dor pior
E assim terminou a noite
Até adormecer
Em sofrimento, distante e impuro
 
 

Triste menina

Triste menina
Se escondendo entre arbustos sombrios para não ser vista
Não entendo o que estava acontecendo em sua volta
Então por que fugir?
Você não parece perceber
Que o seu jardim era florido
Você só escolheu pisar sobre os cacos de vidro por que pensou que não fosse doer tanto
 
Não acredito que tudo isso aconteceu
Por favor, diga-me que não é verdade
 
É desse jeito que gostaria de ter passado a sua vida? Se arrastando em tristeza e solidão?
Deveria ter sido mais forte, deveria ter decidido que iria brilhar
Me sinto desmoronar ao pensar por que é como se estivesse atuando o tempo inteiro
De qualquer maneira isso acabou
Toda a minha dor morre aqui
 
 

A fugitiva

Todas as noites eu fecho os meus olhos sonhando com o momento em que você me tiraria daqui
Estou tão sozinha
Preciso tanto de um carinho, querido
Fantasio com bailes estravagantes
Embebedando-se de espumante
Tropeço em seu colo e me vejo perdida em seus lábios
Pergunto seu nome, você se recusa a responder
E no fim isso nem têm mais importância
Eu só quero fugir de toda a dor
Me vejo alienada, mas logo você surge e me põe na direção correta
Eu só quero fugir daquilo que me machuca
 
Quando tocam as dez badaladas eu procuro me reiventar
E não importa quantas vezes eu faça isso, a história se repete
Eu me afastei daquilo que me apodrece, mas eles continuam a me perseguir como se fosse um ritual
 
 

Denis

Descubro-me a chorar, pensando em você, em por quê você não vem
Escondida sob as cobertas, escutando discos de Gainsbourg, fingindo que está junto de mim
Em uma tarde quente de verão, senti vontade de me despir, senti que alguém me espionava
Ouvi algumas gargalhadas, vi o flash, escondi o rosto envergonhada:
"Qual será o seu nome?"
 
Então chega o inverno
E tudo que eu faço é esperar
Escrevi cartas de amor pensando em você
Diga-me: quando irá aparecer?
Eu prefiro estar morta do que passar a vida inteira sem sentir o seu toque
Apaixonar-me foi a melhor coisa que já me aconteceu
Metade do meu coração é seu
Como posso continuar sem você para me carregar?
Querido, estou desmoronando
 

domingo, 15 de novembro de 2015

Entrevista para a Rádio Unisinos

 
Registro da minha entrevista para a Rádio Unisinos. Falei sobre meus livros "Privilegiados" e "Delírios" lançados ontem na Feira do Livro de Porto Alegre na Praça dos Autógrafos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Manhã de verão

Eles parecem estranhos à medida que nos aproximamos
Eu nasci para causar problema onde quer que eu esteja
Tatuei sobre o corpo dela meu nome em vermelho
Eu observei a lua se escondendo sobre as nuvens
 
Tão celebre e vivida
 
Eu nasci em uma manhã abençoada de verão
Os fogos de artifício se apagavam longe dali
Eu nunca temi nada
Estava preparada para chegar a qualquer lugar
 
 

 
Você disse que faria eu me sentir livre de tudo que me entediava...
 
 

Não perca tempo com antigos rancores. Reinvente-se.
 
 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

5 de novembro de 2013

Sempre me lembrarei do 5 de novembro de 2013 com muito carinho. Foi o dia em que decidi me aceitar poeta. Em que decidi publicar "Em chamas". Em mostrar meus pensamentos, sentimentos, até minhas confusões...
Por que ser você mesmo é a melhor coisa que se pode fazer nessa vida.
 
 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Spleen

Eu vi os restos de spleen a me abandonar nessa rua inerte e solitária
Presos pelo meu desapego
Eles voaram saltitantes como colibris
Voluptuosos, tenebrosos

Um brinde a uma vida mais excitante
E que eu continue sobrevivendo do gozo desses vultos ordinários
Seus olhos, a iluminar-se de prazer.
E eu, intacta, a observá-los
 
 

Sobrevivência

Eu costumava me acalmar no final
Depois de passar as noites em estridente agonia
Por que eu estava lá por alguma razão
Traduzindo daquele rosto perfeito cada emoção

Gentilmente era conduzida
Ao que pensava ser o último beijo
Gentilmente era trazida de volta
Ao que julgava ser o último desejo

SOBREVIVÊNCIA
Eu consigo sentir arder dentro de mim
Os pés caminhando na brasa

Ele costumava entornar a garrafa de gim
Durante as noites sombrias que o rodeavam
Por que eu havia sido envenenada
Repleta de uma fúria desenfreada

Ele perseguia o perigo
E acabava sempre sangrando
Mas no final sempre vencia
Agarrando e devorando o que bem entendia

SOBREVIVÊNCIA
Fervia dentro dele
E queimava

 
Podemos ser nós mesmos, despreocupados em se importar
Podemos voltar quando anoitecer, onde ninguém nos reconhecerá
Eu poderia morrer e despertar
Ainda sim não seria o suficiente
Sugando toda a chama instalada dentro de mim
Sua boca tem gosto de sono e lágrimas
 
 

O sol também ilumina aqueles que preferem a escuridão
Minha vida é repleta de desastres medíocres, de verões entediantes
Não consigo fazer eles gostarem de mim
Mas eu ainda farei eles se arrependerem
Isso eu garanto
Eu posso fazer a porra que quiser
Oh yeah
 
 

O tempo passa arrastado
E minhas angústias tornam-se mais acentuadas
Eu quero devorar tudo que puder
Sem perder o que considero de mais precioso
 
 

Eu consigo sentir desabrochar
Ele é poderoso e pode atear fogo no que quiser
Em um bar decadente a gemer
"Mais uma dose, por favor
Tenho dor"

Eu consigo sentir que ele se aproxima
Seu desespero por luxuria assemelha-se ao meu
Em um bar decadente a gemer
"Mais uma dose, por favor
Tenho dor"
 
 




Ela só quer fugir para um lugar que seja bem longe daqui
O passado a acorrenta e ela sangra, frágil e queima
Eles falam sobre os Deuses
Almas atormentadas a esvaziar os copos de vinho tinto
 
 


Chão gelado de cimento

Eu me pergunto como deveria ser ver o sol nascer à meia noite
Em sua exuberância, a irradiar
O escuro intacto para sempre a gozar

Eles a abandonaram sangrando no chão gelado de cimento
Eles a abandonaram no inverno
Sangrando no chão gelado de cimento
Os cacos de vidro
Pedaços da garrafa vazia de vinho
Sobre suas mãos

Até amanhã o calor terá deixado o seu corpo
Até amanhã, o calor terá deixado o seu corpo sem permissão
Ela engatinhou em direção da ingenuidade pensando que iria se vingar
Mas tudo que encontrou foram mais motivos para chorar
 


 

 
 


Aniversário de morte

Em seu aniversário de morte
Celebramos com vinho e mel
Em seu aniversario de morte
Celebramos ao dançar dentro do jardim sem flores
Olhando pela janela
O sol faz questão de se esconder

 


À meia noite

Ela foi embora à meia noite
O luar a iluminar-lhe a face
Ela foi embora à meia noite
Com secretas promessas de que jamais voltaria

Todos os seus temores morreram ali.
 


Luar

Eu observei a lua exuberante
Ela já não mais se escondia sob as nuvens

E eu deixei ela me iluminar

Ela sabia que eu também pertencia à noite
E que só poderia brilhar contando que não houvesse estrelas por perto
 
 

Morbidez

Pode parecer loucura
Mas eu estou inclinada a atear fogo em tudo que vejo
É como se estivesse acorrentada
Pela minha própria morbidez
Sem mais nada para lutar

Respondendo as suas perguntas
É tudo tão surreal
Eles não me escutam
Eles não me entendem

Eu sou uma pecadora
Com o coração enjaulado
Prestes a se embebedar da mais requintada insanidade
Eu irei embora antes deles voltarem


 

 


 


Como se agarrasse grama e terra juntas, ele entrelaça os dedos em seus cachos
                   Meu corpo treme de excitação
                  Queimando lembranças, reiventando-se em perdição
                  Eu posso não ser o suficiente para você, querido
                  Mas você é o suficiente para mim
                  Então o que temos a perder?
                  Vamos continuar e continuar
 
 
 


Ele costumava gozar apenas no final
Depois de sussurrar o meu nome

E eu permanecia sem soltar um gemido
Arranhando suas costas até fazê-lo sangrar

Eu poderia morrer em seus braços
E seria o suficiente
 
 

Verão de 2014

Eu desisto
E me vingo com unhas e dentes
Minhas garras deixarão marcas nas paredes para sempre
 
 

domingo, 1 de novembro de 2015

Há um ano eu havia começado a escrever "Privilegiados". Uma história sobre os anos 70, a discoteca e o rock'n'roll, os caretas e os desbundados...
Na verdade, eu tive essa ideia aos 15 anos em uma fase muito mórbida da minha vida onde escrever e assistir séries como "That 70's show" e "Gossip Girl" eram a única coisa que me deixavam feliz.
Privilegiados se tornou meu livro favorito. É sexual, divertido, descontraído...
 
"I got no emotions for anybody else
You better understand I'm in love with myself,
Myself, my beautiful self"