segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Em um mar de espinhos ela era a unica flor




Pálido Verão

A noite é tão quente que me faz queimar
Poemas foram esquecidos em lembranças despedaçadas
Desmoronando no pálido verão
Tudo que eu queria era um sorriso seu
O transparecer da sua carência atravessando o olhar, perdido em silêncio.

Eu tentei me encontrar na escuridão
Á procura de alguma luz
Eu tentei me encontrar até me perder novamente
Eu estou viva

Querido, eu quero que me leve embora daqui
Para longe do lugar onde me fizeram sangrar desenfreadamente
Arranque de mim todas as inseguranças
Me ame tanto que será como se nunca tivesse sido machucada
Podemos escorregar em deleite
O mel entre os dedos
Como uma única canção que se faz em chamas na noite
Querido, me leve embora daqui
Será como se nunca tivesse provado do veneno amargo intoxicante

Ela morreu dentro de um abraço sufocado
Viu seu reflexo na água cintilante
E foi como se tivesse sido apunhalada
Páginas desbotadas se sobrepõem confusas e desorientadas
Olhando para o meu passado tudo parece tão errado, tão errado

Então vamos nos livrar do perigo
Cautelosos, para não pisar nos cacos de vidro
E vamos nos fazer esquecer toda a distração

Demora tanto para enxergar com clareza, querido
Mas quando o finalmente fiz, querido
Foi como se a parte ruim tivesse me abandonado
É tão bom inventar palavras, querido
E quando eu finalmente morrer, querido
Serei aquela pessoa que sempre deveria ter sido